Brasília, 28 de março de 2004.
Nos tempos de Moisés os animais foram divididos em duas categorias: os limpos e os imundos. Os animais limpos podiam ser comidos, mas nos imundos nem se podia tocar. O capítulo 11 do livro de Levítico trata deste assunto de maneira bem detalhada.
A exemplo do que aconteceu em outras matérias como os dízimos, a circuncisão e o direito das viúvas sem filhos de casarem com um cunhado, coisas que já existiam desde os tempos dos patriarcas, o legislador Moisés oficializou a classificação dos animais para o povo de Israel. Veja que nos tempos de Noé tal distinção já existia. Em Gênesis 7:1,2 está escrito: “Depois disse o Senhor a Noé: Entra tu e toda a tua casa na arca, porque te hei visto justo diante de mim nesta geração. De todo o animal limpo, tomarás para ti sete e sete, macho e fêmea; mas dos animais que não são limpos, dois, o macho e sua fêmea”.
Note o detalhe de que eram sete casais de cada espécie de animal limpo e um casal, apenas, das espécies que não eram limpas. Como Deus não faz nada sem uma razão, vamos refletir um pouco sobre este assunto.
Logo após o dilúvio Nóe ofereceu sacrifícios de animais a Deus. o relato está em Gênesis 8.20: “E edificou Noé um altar ao Senhor, e tomou de todo o animal limpo, e de toda ave limpa, e ofereceu holocaustos sobre o altar”.
Noé sabia que Deus, não aceita qualquer coisa como oferta. Nós também precisamos saber disso. Os deuses pagãos aceitam charuto, cachaça, sapo, lagartixa, ritual que envolva prostituição, qualquer lixo, no sentido literal ou simbólico. O Deus da Bíblia, não.
Aí Noé preservou, com muito cuidado, animais limpos para oferecer ao Senhor. Levou para dentro da arca, alimentou e protegeu aqueles animais só para oferecer a Deus quando o dilúvio acabasse. Deus merece, pensava Noé, o homem que andava com Deus.
Observemos mais outra coisa: eram sete casais de cada espécie limpa. Noé poderia oferecer um animal, dois, três, quatro, cinco, seis, quantos quisesse ao Senhor, sem extinguir aquela espécie. Deus sempre quer nos dar muito para que tenhamos muito para oferecer a Ele. Não venha com mesquinharia para o altar de Deus. Venha com vontade de oferecer muito. Ele proverá muito para que você possa oferecer com liberalidade.
Animal imundo. Animal limpo, sete casais. Os animais imundos têm sua utilidade na ecologia. Eles precisam ser conservados. Mas, proporcionalmente, que sejam bem menos que os limpos. Deus ama o bom, o belo, o útil, o puro. Promovamos tudo o que agrada a Deus. Prestigiemos. Defendamos. Colaboremos. Até com os nossos pensamentos sejamos solidários com o que tem afinidade com Deus, como nos diz Filipenses 4:8: “Quanto ao mais irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai”.
O mal existe. Por algum tempo teremos que conviver com ele. O mal combate o bem e triunfa muitas vezes. Mas a vitória final está do lado do bem. Deus é o grande promotor e defensor do bem. Ele trouxe para o mundo pós-dilúvio sete casais de animais limpos e um casal de animais imundos. Ainda hoje ele cuida para que o que é bom supere o que é ruim. E, no final de tudo, permanecerá apenas o que é bom. Amém.