plv0356

plv0356

Brasília, 21 de março de 2004.

FAZENDO CONTAS

  Quanto vale cinco pães e dois peixes? Depende do tipo, do tamanho e das circunstâncias. Mas é possível se ter uma avaliação bem razoável do preço dos famosos cinco pães e dois peixes que Jesus multiplicou.
  Na descrição que o apóstolo João faz da multiplicação dos pães e dos peixes há uma referência a dinheiro. No capítulo 6, verso 5 a 7 está escrito: “Então Jesus, levantando os olhos, e vendo que uma grande multidão vinha ter com ele, disse a Filipe: onde compraremos pão para estes comerem? Mas dizia isto para experimenta-lo; porque ele bem sabia o que havia de fazer. Filipe respondeu-lhe: duzentos dinheiros de pão não lhes bastarão, para que cada um deles tome um pouco”.
  No orçamento feito por Filipe, o custo total seria de duzentos dinheiros. Digamos que fosse um pão para cada um dos cinco mil homens que estavam ali. Neste caso, o preço de um pão seria quatro centésimos de dinheiro. O dinheiro, ou denário, segundo a parábola registrada em Mateus 20:1-16, correspondia ao valor de um dia de trabalho de um operário.
  O rapaz que possuía os cinco pães tinha em mãos, portando, 20 centésimos de dinheiro. Imaginemos que os dois peixes valessem o mesmo que os pães. O moço tinha algo em torno de 40 centésimos. Arredondemos para 50 centésimos de dinheiro.
Depois de passarem pelas mãos de Jesus, os cinco pães e dois peixes, que valiam cinquenta centavos, passaram a valer duzentos dinheiros. Seu valor foi multiplicado por quatrocentos! Hei, espere aí. Filipe disse que duzentos dinheiros era a quantia necessária para que cada pessoa tomasse um pouco de alimento. Jesus não deu só um pouco de comida para as pessoas. Os evangelistas dizem que todos comeram até se fartar e sobrou comida no final. Então, dobremos o valor. Quatrocentos dinheiros passaram a valer os cinco pães e dois peixes, uma valorização equivalente a oitocentas vezes. Tem mais: nossos cálculos levam em conta apenas cinco mil homens. Mas os evangelistas dizem que havia também mulheres e crianças na multidão. Você vai concordar comigo que a valorização do “capital inicial” do rapaz foi de mil vezes mais pelo menos. Duas vezes mais é cem por cento. Vinte vezes mais é mil por cento. Mil vezes mais é cinquenta mil por cento!
  O rapaz que cedeu os cinco pães e dois peixes não voltou materialmente rico para casa naquele dia. Mas voltou muito enriquecido espiritualmente. Ele aprendeu grandes lições acerca da vida com Jesus.
  O rapaz aprendeu e nós aprendemos com ele, que é possível colaborar com o maravilhoso trabalho de Jesus sem que isso nos custe nada. Ele abriu mão dos alimentos que tinha consigo e, nem por isso, passou fome. Pelo contrário: alimentou-se melhor do que faria se tivesse guardado os pães e peixe para si. Outra coisa que ele e nós aprendemos: cada seguidor de Jesus pode alimentar fisicamente e espiritualmente, cinco mil pessoas. Bastariam duzentos mil rapazes como aquele para, com Jesus, saciar um mundo de dez bilhões de pessoas!
  O grande entrave para salvação da humanidade não é a falta de recursos materiais. É a falta de cristãos que estejam dispostos a colocar à disposição do Mestre tudo o que têm em mãos. Egoísmo e incredulidade são os maiores entraves. É necessário que cada um de nós pare de pensar em si mesmo e veja a necessidade de milhões de famintos que estão ao nosso redor. É necessário que tenhamos a verdadeira noção de quanto valem os recursos que Deus tem colocado em nossas mãos para administrar. Quanto valem seus cinco pães e dois peixes?

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *