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Brasília, 15 de fevereiro de 2004.

SEM FALTA QUANDO FALTA

  Eu sei de pessoas já adultas que guardam como lembrança, até hoje, peças de roupa que usaram quando eram bebês. Há quem guarde também, durante décadas, o terno ou o vestido que usou no dia do casamento ou em alguma outra ocasião especial. Sem contar aquelas roupas que ficam no armário ou no fundo do baú, anos e anos, porque a gente não usa, mas tem pena de jogar fora ou de dar para outra pessoa.
  Essas roupas duram muitos anos têm uma característica em comum: ou nunca são usadas ou são usadas pouquíssimas vezes. Mas a Bíblia fala de roupas e calçados que duraram quarenta anos, sem se envelhecer, mesmo sendo usadas regularmente. Veja o texto: “E quarenta anos vos fiz andar pelo deserto; não se envelheceram sobre vós os vossos vestidos, e nem se envelheceu no teu pé o teu sapato” (Deuteronômio 29.5).
  De que material eram feitas essas roupas e esses sapatos? De material comum. E como duraram tanto? Pelo poder de Deus. Dá para acreditar? É claro que dá. Esse não foi o único milagre, nem mesmo o maior milagre que Deus operou em favor daquele povo. A própria existência dele já era um grande milagre. Sua libertação da escravidão egípcia. A passagem pelo Mar Vermelho. Tudo era milagre.
  O Deus de Israel que, aliás, é o mesmo Deus nosso, é um Deus de milagres. Eu disse que Ele é. Ele não apenas dói, mas ainda é um Deus que opera milagres. Milagres de todo o tipo, inclusive de fazer durar, muito além do normal, coisas perecíveis. Por exemplo, conheço um missionário cujo gás de cozinha durou muitas semanas além do normal, sendo usado todos os dias. Sei de mais de um caso de veículo andar muitos quilômetros além do que o combustível permitiria. Conheço até um pastor que viveu um dia que durou bem mais do que vinte e quatro horas. E ele tem testemunhas. Deus fez e faz.
  Eu disse que preservar as vestimentas e os calçados do povo não foi o único milagre que Deus operou em favor dele. Quase todo mundo sabe disso. Já no versículo seguinte, ou seja, em Deuteronômio 29:6, esta escrito: “Pão não comestes, e vinho e bebida forte não bebestes…”, aqui há uma menção indireta a outros dois milagres. O primeiro está associado ao pão. Entra em cena o famoso “maná”, um alimento especial que Deus mandava todos os dias pra alimentar o povo. Eles não tinham o pão, mas tinham o maná. Este é o primeiro milagre do verso 6. E o segundo, qual é? Está escrito que eles não beberam vinho nem bebida forte. O que foi que Deus enviou para substituir o vinho? Nada. O milagre que Deus fez foi de outro tipo.
  Deus não mandou nada que substituísse o vinho. O vinho é próprio de quem vive em sua terra, planta suas videiras, colhem suas uvas e prepara a bebida. Os israelitas não estavam em sua terra, estavam caminhando para ela. Aquele povo não podia se esquecer disto. Se Deus lhes proporcionasse uma vida normal no deserto, poderiam, quem sabe, até nem querer mais terra nenhuma. Eles precisavam sonhar com a Terra Prometida todos os dias para ter ânimo e caminhar em direção a ela. Sem vinho o povo poderia sobreviver, sem esperança não. A falta do vinho mantinha a esperança e a fé vivas. O verso completo é: “Pão não comestes, e vinho e bebida forte não bebestes; para que soubésseis que eu sou o Senhor vosso Deus” (Deuteronômio 29.6).
  Nosso Pai Celestial mostra-nos seu poder naquilo que faz e naquilo que deixa de fazer. Também para nós, a Igreja, é importante manter a esperança viva, lembrando-nos que aqui não temos morada permanente. Temos um pão especial, a Palavra de Deus, que nos alimenta todos os dias. Temos uma roupa espiritual que não envelhece nunca. Estamos caminhando para a Canaã Celestial, nossa Terra Prometida (João 14.1-3). Nossa esperança não pode murchar. Muitas vezes esta esperança é revigorada quando enfrentamos lutas e privações. O importante é que nunca percamos a comunhão com nosso Salvador. Jamais nos esqueçamos: Ele é o nosso Deus, nossa vida, nossa paz, nosso tudo. Amém

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