Brasília, 8 de fevereiro de 2004.
DE CORAÇÃO PARA CORAÇÃO
O capítulo 15 do Evangelho escrito por Lucas contém três estórias, ou parábolas, contadas por Jesus. É uma página belíssima cujo conteúdo é apreciado em todo o mundo, inclusive entre os não religiosos. Quem nunca ouviu falar na ovelha desgarrada ou no filho pródigo?
A primeira parábola registrada em Lucas 15 é da ovelha perdida. Depois tem a da moeda perdida e, finalmente, a do filho perdido. Bem, mas no final de cada estória o que ou quem estava perdido é achado. Por isso este capítulo é chamado de “a seção de perdidos e achados da Bíblia”.
As três estórias tem um final feliz. O interessante é que quem perdeu a moeda foi uma mulher, quem perdeu a ovelha foi um pastor e quem perdeu o filho foi um chefe de família, mas quando os perdidos foram achados muita gente se alegrou. Veja o que diz o verso 6: “E, achando à casa, convoca os amigos e vizinhos, dizendo-lhes: alegrai-vos comigo porque já achei a minha ovelha perdida”. No verso 9: “E, achando-a, convoca as amigas e as vizinhas, dizendo: Alegrai-vos comigo porque já achei a dracma perdida”. E nos versos 23 e 24: “E trazei o bezerro cevado, e matai-o, e comamos, e alegremo-nos; porque este meu filho estava morto e reviveu, tinha-se perdido, e foi achado. E começaram a alegrar-se”.
Jesus ensinou muita coisa através daquelas três parábolas. Há muitas, mas muitas lições, mesmo, que se podem extrair dali. Por agora eu gostaria de ressaltar apenas três.
Primeira, Jesus gosta de alegria. Quem o vê, como uma pessoa mal-humorada, de cara fechada, inimigo de festas, está enganado. Em sua vida e em seus ensinos nosso Senhor valoriza a vida festiva, a sociabilidade, o prazer de viver. Essas três parábolas são uma amostra disso.
Segunda, Jesus conhece profundamente o ser humano e sabe que, quando estamos alegres, sentimos necessidades de que as outras pessoas se sintam felizes junto conosco. Alegria é como um espírito que, quando se manifesta, quer envolver o maior número possível de pessoas.
Alegria, é uma coisa que foi feita para ser espalhada. Se tentamos aprisioná-la só dentro de nós, ela morre. Ou espalhamos a alegria que sentimos ou ela se acaba.
Você e eu não seremos plenamente felizes se tentarmos guardar a felicidade só para nós. Portanto, quando estivermos alegres, procuremos envolver o maior número possível de pessoas em nossos momentos de contentamento: cônjuge, filhos, parentes, amigos, colegas, vizinhos e até pessoas desconhecidas. Quanto mais, melhor.
A terceira lição decorre das palavras de Jesus registradas nos versos 7 e 10: “Digo-vos que há alegria diante dos anjos de deus por um pecador que se arrepende”. Ou seja, no céu existe uma harmonia muito grande e um entrosamento perfeito. Em consequência disto, quando Deus se alegra, a alegria é geral. A alegria de lá como a daqui: contagiante.
Tem mais: Deus, lá no céu, está atento a tudo o que ocorre neste mundo e quando acontece algo realmente bom por aqui, há uma explosão de alegria por lá. Sabe por que é bom saber isso? Para que, ao nos sentirmos sadiamente alegres, lembremo-nos que o céu está solidariamente feliz e, assim, nos sintamos ainda mais alegres. A alegria daqui provoca a de lá e aumenta a daqui. E assim vai. Você está alegre? Então fique mais alegre ainda.
É bom saber que nós podemos aumentar a alegria que existe no céu. Aumentamos a alegria do céu criando situações felizes na terra. Agora que estamos aprendendo ou recordando essas coisas, vamos praticá-las. Vamos espalhar alegria neste nosso mundo e vamos acrescentar alegria no coração de nosso Pai Celestial e em seus anjos. Ouçamo-lo a dizer-nos:
“Filho meu, se o teu coração for sábio, alegrar-se-á o meu coração, sim, o meu próprio” (Provérbios 23.15)