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Brasília, 30 de novembro de 2003.

PROBLEMAS RESULTANTES DE BÊNÇÃOS

  Bênçãos são bênçãos e devem ser desfrutadas. Mas bênçãos podem trazer problemas. E daí? E daí que se não soubermos administrar tais problemas poderemos perder um pouco ou grande parte da bênção. Se administrarmos adequadamente, ficamos ainda mais abençoados.
  Um bom exemplo do qual estamos dizendo está no livro de Juízes, capítulo 8. Quem está administrando ali um problema que veio de uma bênção é Gideão. Pela bondade do Senhor ele havia vencido inimigos poderosos, trazendo livramento ao seu povo. Sabe quem ficou aborrecido com isso? Gente que pertencia ao próprio povo de Gideão. Sim, é preciso que se diga: muitas vezes as dificuldades veem de onde menos esperamos.
  Quando somos abençoados estamos sujeitos a sofrer a inveja de alguém. E a maldita inveja pode brotar bem pertinho de nós. Pode vir de um parente, amigo, colega e até irmão em Cristo. E a inveja é um problema, “Cruel é o furor e a impetuosa ira. Mas quem parará perante a inveja?”, pergunta o Sábio em Provérbios 27.4.
  O problema pode não ser a inveja, mas sempre estamos expostos às mazelas provocadas pelos sentimentos mesquinhos de alguém. O problema de Gideão foi assim: “então os homens de Efraim lhe disseram: que é isto que nos fizestes que não nos chamaste, quando foste pelejar contra os midianitas? E contenderam com ele fortemente” (juízes 8:1). Observe o detalhe de que a contenda foi forte. O aborrecimento foi muito grande. Imagine como ficou o coração de Gideão. E ele mal tinha acabado de obter a vitória.
  Eu disse que, se não soubermos administrar os problemas, eles podem nos roubar boa parte da bênção alcançada. O problema com Gideão, no início, era só o aborrecimento. Mas sabe que a coisa poderia piorar e muito? No capítulo 12 do mesmo livro de Juízes temos uma situação muito semelhante à do capítulo 8. Ali o vitorioso se chama Jeftá e os litigantes são os mesmíssimos efraimitas. Só que Jeftá não soube lidar com a situação e o resultado foi a morte de mais de quarenta mil pessoas! Mas tudo começou também com uma discussão. Veja se a situação não foi parecida: “Então se convocaram os homens de Efraim, e passaram para o norte, e dissram a Jeftá: porque passaste a combater contra os filhos de Amom, e não nos chamaste para ir contigo? Queimaremos a fogo a tua casa contigo” (Juízes 12.1).
  É muito bom receber bênçãos. É muito útil saber administrá-las. Mas é necessário também saber administrar os problemas já que estes são inevitáveis, com bênçãos ou sem bênçãos.
  Como foi que Gideão administrou a sua dificuldade? Humilhando-se. A situação exigia isso dele. Fácil não deve ter sido. Tendo acabado de obter grande vitória, ele deveria estar envaidecido e muitos o exaltaram. Mas agora tinha de humilhar-se. Para quê? Para não empanar o brilho da vitória. Veja o que aconteceu: “Porém ele lhes disse: que mais fiz eu agora do que vós? Não são porventura os rabiscos de Efraim melhores que a vindima de Abiezer? Deus vos deu na vossa mão aos príncipes dos medianitas, Orebe e Zeebe; que mais pude eu logo fazer de vós? Então a sua ira se abandonou para com ele, quando falhou esta palavra”.
  Gideão exaltou a seus opositores e, o que foi mais importante: glorificou a Deus e tudo terminou bem, nada prejudicou sua vitória. Aprendamos com ele. Peçamos sabedoria e forças ao senhor e administremos bem as dificuldades que surgirem após as bênçãos. Então teremos bênçãos sobre bênçãos. Amém.

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