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Brasília, 31 de agosto de 2003.

TEMPERANÇA

  Sempre que uma família recebe a visita do pastor, gosta de oferecer-lhe algo para comer ou beber, nem que seja um cafezinho ou um copo de refrigerante.
  Nós que somos pastores precisamos ter muito cuidado para que a cordialidade dos nossos irmãos não9 se torne um problema. Cuidado maior precisa-se ter quando se trabalha numa cidade pequena, onde a maior parte do trabalho pastoral se concentra nas visitas domiciliares e se podem percorrer várias moradias num único dia.
  Veja só o que aconteceu com um colega meu. Ele é alto, robusto, eu poderia dizer que ele é gordo mesmo, talvez em consequência de um pouco de descuido com respeito ao que come durante as visitas pastorais. Um dia chegou à sua casa um irmão em Cristo, vindo de uma cidade distante. Esse irmão, ao contrário dele, era baixinho e magro.
  Saindo para o seu trabalho rotineiro, meu amigo levou consigo o visitante. Visitaram a primeira casa. Nesta, ofereceram-lhes um delicioso cuscuz de fubá. Na visita seguinte, trouxeram-lhe goiabada com queijo. Outra visita. Aí veio uma coalhada fresquinha. Mais outra, manga e jaca lhes foram oferecidas com muito amor.
  Meu amigo, grandalhão, gordo, ia comendo com prazer e gratidão aquilo que os irmãos lhe ofereciam. Primeiro porque uma recusa poderia magoar as ovelhas que estavam sendo visitadas. Segundo porque sua estrutura física lhe permitia fazer alguma extravagância. O problema é que seu acompanhante, baixinho e magro, ia também comendo tudo o que aparecia e em grande quantidade.
  Quando as andanças e demais atividades do dia terminaram e todos foram dormir, dava para perceber que o irmão visitante não estava se sentindo bem. De madrugada, ouviram-se passos dentro da casa, era ele tentando achar a porta, aparentemente para buscar algum tipo de alívio lá fora. Não conseguindo encontrar ou abrir a porta, teve a infeliz ideia de saltar pela janela da sala. Ouvi-se o abrir da janela, o som de seu peso caindo sobre os pés do lado de fora e um gemido: ui!
  Nunca mais meu amigo reencontrou aquele visitante. Algo aconteceu que lhe causou muita vergonha! Se ele tivesse sido um pouco mais cuidadoso e seguido alguns conselhos básicos contidos na Bíblia, poderia ter evitado tudo aquilo.
Não apenas no que se refere à alimentação, mas em todas as áreas da vida, precisamos exercer o autocontrole. Em Provérbios 16, verso 32, está escrito:
  “Melhor é o longânimo do que o valente, e o que governa o seu espírito do que o que toma a cidade”.

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