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Brasília, 13 de julho de 2003.

SIMPLESMENTE COM O CORAÇÃO

  A Bíblia chama de “tabernáculo” o primeiro templo construído para adoração ao Deus verdadeiro. Nele foi empregado muito ouro, muita prata, muito cobre, linho fino e vários outros tipos de tecido, além de muita madeira resistente.
  Os mestres da construção do tabernáculo se chamavam Bezaleel e Aoliabe. Segundo está escrito em Êxodo 31.1-6 e em 35.30-35 estes homens foram especialmente preparados para aquela missão. No caso de “Bezaleel”, o Espírito de Deus o encheu de sabedoria, entendimento e ciência em todo o povo de Israel, que possuísse as habilidades de Bezaleel. Deus deu aquelas habilidades somente a ele. Parabéns para ele que empregou a capacidade que o Senhor lhe deu na realização daquilo que Deus esperava dele!
  O companheiro de Bezaleel, chamado Aoliabe, conquanto não tivesse tantas habilidades quanto ele, uma vez que é citado sempre em segundo lugar e de forma mais resumida, era também capacitado de forma especial por Deus. Então, a menos que se recebesse a mesma unção que ele recebeu ninguém poderia fazer o que ele podia fazer.
  Mas Bezaleel e Aoliabe não trabalharam sozinhos na construção do tabernáculo. Houve uma segunda categoria de pessoas, houve mais gente que Deus usou para realizar aquele importante empreendimento. Quantos foram? Não se sabe. O que se sabe é que aquelas pessoas tinham duas características muito importantes: primeira, haviam recebido uma sabedoria ou habilidade especial (Êxodo 31:6 e 36:1); segunda, foram instruídos, ensinados, por Bezaleel e por Aoliabe.
  Bem, a esta altura é digno de nota op fato de que eles, embora fossem homens muito capazes não tiveram a presunção de fazer tudo sozinhos. É digna de louvor também a disposição daqueles homens para ensinar aqueles que quisessem ajudar na construção do Tabernáculo, desde que demonstrassem ter um mínimo de habilidade.
  Ressalta-se também que não bastava querer trabalhar na construção. Era necessário ter recebido sabedoria de Deus, algo que nem todos possuíam. Mesmo assim, os interessados precisavam ter a humildade e disposição de aprender mais. Tinham recebido sabedoria de Deus. mas tinham que entrar na escola. E mais: tinham que se submeter à direção dos líderes.
  A construção do tabernáculo foi um marco na história do povo de Deus. na verdade, aquilo afetou profundamente a história de toda a humanidade. Que grande privilégio foi participar da construção daquele instrumento de adoração ao Grande Deus! no entanto, muita gente participou daquele empreendimento sem ser chamada nominalmente por Deus, e sem receber nenhuma unção divina extraordinária. Sim, houve outras pessoas que participaram daquela importante obra e que eu ainda não mencionei.
  Falemos das pessoas que se dispuseram a realizar um trabalho simples e, até certo ponto, monótono, mas que foi muito útil na confecção do primeiro templo para adoração ao Deus eterno. Foram as mulheres que fiavam pelos de cabra! Sim, elas selecionavam aqueles fiozinhos, um a um, entrelaçavam-nos com muita paciência, até que formavam uma espécie de tecido. Mas era um tecido muito resistente, bom isolamento térmico, muito apropriado para as condições sob as quais o tabernáculo seria utilizado. Quem confeccionava esse tecido? As mulheres. Elas são mencionadas em Êxodo 35.26.
  As mulheres que confeccionaram as cortinas de pelos de cabras para o tabernáluco fizeram um trabalho simples e muito comum em sua época. Mas não trabalharam só com as mãos. Antes de tudo, trabalharam com o coração. A Bíblia diz que os seus corações as moveram em sabedoria.
  Só a verdadeira sabedoria nos faz entender que não se serve a Deus apenas com trabalhos sofisticados. Com ela no coração compreenderemos que, muitas vezes, o trabalho humilde, simples, comum é muito útil.
  Servir a Deus é coisa do coração. Se servirmos com o coração, não nos importaremos quando nosso trabalho não for muito admirado ou aplaudido. Servindo com o coração não pararemos diante dos obstáculos perseveraremos. A força que vem do coração é muito grande, não se esvai quando o trabalho parece monótono e desinteressante. O coração nos faz ver os objetivos finais e não nos distrair com as circunstâncias do momento.
  Sejamos gratos a Deus pelas mulheres que fiavam pelos de cabra movidos pela sabedoria do coração. Sejamos gratos também por todos os trabalhadores anônimos, de ontem e de hoje, que executaram e executam tarefas simples, mas muito importantes. Sigamos o exemplo deles e sirvamos a Deus, movidos pelo coração. Façamos o que nos diz o Sábio, em Eclesiastes 9:10: “Tudo quanto te vier à mão para fazer, faze-o conforme as tuas forças”.