Brasília, 29 de junho de 2003.
QUE “TEOLOGIA” É ESTA?
Infelizmente, há muitos cristãos evangélicos que confundem santidade com mau humor. Para essas pessoas, quanto mais alguém é santo, mais mal encarado, carrancudo e até agressivo será.
Eu não concordo com a “teologia da santidade enfezada”. A Bíblia ensina que o povo de Deus é obrigatoriamente alegre, e eu digo obrigatoriamente, porque a Palavra de Deus nos ordena que sejamos alegres. Veja o que nos diz Filipenses 4:4: “Regozijai-vos sempre no Senhor; outra vez digo, regozijai-vos”.
As Escrituras Sagradas chegam a dizer que a nossa força depende de nossa alegria. É o que está escrito no final do verso 10 do capítulo 8 do livro de Esdras: “A alegria do Senhor é a vossa força”.
Como é que alguém pode ser alegre e, ao mesmo tempo, enfezado? Não tem jeito.
Há até quem pense que Jesus era uma pessoa de “cara amarrada”. Talvez porque nosso Mestre, um dia, expulsou os vendilhões do templo com um chicote na mão. Mas este foi um episódio na vida de Jesus. Ele não viveu o tempo todo expulsando gente ruim do templo, não. Não nos esqueçamos de que ele gostava de festas, de comparecer a banquetes e de enxugar lágrimas dos olhos das pessoas tristes. O primeiro milagre do Senhor, realizado em seu ministério público, foi feito em um casamento. E qual foi ele? Transformar água em vinho. Eu penso que, se dependesse dos adeptos da “teologia da santidade enfezada”, Jesus teria transformado água em vinagre.
Existem obreiros de igrejas evangélicas que não sabem se dirigir ao público sem agredi-lo com palavras grosseiras. E há quem goste disso. Existem “masoquistas espirituais”, gente que gosta de ser agredida. Aí os agressores, sabendo que serão aplaudidos por esse tipo de gente, se sentem encorajados a continuar sendo como são.
Aqui perto de onde vivemos, existe um obreiro assim. Nunca consegue dirigir-se a uma congregação sem agredi-la. Invariavelmente ele dá uma bronca. Duas ou três. Ou muitas. Como gosta de dar bronca no povo!
Contaram-me que certa vez deram ao “obreiro bronqueador” oportunidade para fazer aquilo que, normalmente, fazemos no finalzinho do culto: impetrar a bênção apostólica. Como é bom ser despedido do culto com a bênção apostólica! Mas o tal obreiro, mal começou a impetrar a bênção, interrompeu-a para chamar a atenção de algumas pessoas que estavam desatentas. Ele começou a bênção, deu a bronca e continuou com a bênção. Um amigo meu, muito bem humorado por sinal, disse que aquela foi a primeira “bronca apostólica da história”! Misericórdia.
Não vou fazer comentários sobre a tal “bronca apostólica” nem dizer mais nada sobre os adeptos da “teologia da santidade enfezada” se não, acabo parecendo com os seus adeptos. Prefiro terminar com a bênção apostólica, contida em II Coríntios 13 verso 13:
“A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo seja com vós todos. amém”!