Brasília, 1 de dezembro de 2002.
BATISMO NO INTERIOR
“Mas ele foi ferido pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados” Isaías 53:5
Existem muitas anedotadas sobre pessoas que estão se preparando para o batismo. A gente acha muita graça delas, especialmente nós os pastores. O que eu nunca imaginei é que um dia eu seria protagonista de uma delas.
Foi assim. Um dia viajei para o interior para dar apoio a um obreiro que estava evangelizando num lugar onde as condições eram muito difíceis. Sabendo que seu pastor-supervisor (eu) o iria visitar, ele marcou um batismo para aqueles dias. Exatamente como acontece em algumas anedotas.
Antes do batismo os candidatos precisavam ser submetidos a um exame público para que se atestasse que eles realmente sabiam o que estavam fazendo tendo, portanto, recebido as devidas instruções. Igualzinho às anedotas.
O evangelista resolveu que o pastor-supervisor deveria entrevistar os candidatos. Como nas anedotas.
Entrevistei os batizandos um por um. Ao final exclamei: “Ok”. Estes são os candidatos ao batismo e todos estão bem preparados. Foi aí que uma senhora se levantou. “Ei, pastor, eu também quero me batizar”. “Não pastor, essa aí não”, falou bem baixinho o evangelista atrás de mim. Tentando evitar constrangimentos, eu repsondi também baixinho: “Pode deixar, vamos resolver isso na própria entrevista”. Eu não devia ter feito aquilo.
“A senhora já recebeu Jesus como seu Senhor e Salvador?”, perguntei eu em voz alta. “Claro”, respondeu ela. “Tem frequentado às reuniões da igreja, direitinho?”. “Sempre que posso eu estou aqui, não gosto de faltar aos cultos”. A coisa estava ficando complicada. Por algum motivo o evangelista achava que aquela senhora não estava preparada para batizar-se e eu não estava conseguindo chegar ao ponto. Era preciso ir mais fundo na entrevista.
“A senhora vive só ou com marido?”, perguntei. “Com meu marido”, foi a resposta. “É casada com ele?”. “No civil e no religioso”. Ai, ai, ai. E agora?
“A senhora tem algum vício?”. “Nenhum. Bem, só a marvada da cachaça eu não consegui deixar, mas isso não é problema”. Todos caíram na gargalhada e eu fiquei todo desconcertado. Vida dura essa de pastor!
Alcoolismo é um problema seríssimo. É uma dependência química e, como qualquer outra, causa graves danos ao dependente. Sendo socialmente aceito e fortemente apoiado pela mídia, o álcool tem causado mais mal à nossa sociedade do que qualquer outra droga. Estatísticas recentes têm mostrado que uma proporção alarmante de nossa juventude é dependente do álcool e que a dependência tem começado cada vez mais cedo, havendo já muitas crianças nessa condição. O pior: as crianças, adolescentes e jovens, geralmente, são iniciados no alcoolismo em seus próprios lares.
Deus não tem prazer em que o ser humano se autodestrua. Ele quer que tenhamos boa saúde espiritual, psicológica e física. Foi por isso que ele enviou seu Filho Jesus ao mundo: para nos libertar e curar inteiramente. Em Cristo Jesus há um manancial inesgotável de saúde, vida e alegria. Venha a Jesus. Desfrute Jesus.