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A CONFIRMAÇÃO

   Seguindo o nosso roteiro anual de leitura bíblica, já estamos no Novo Testamento. Nesta semana vamos ler quase todo o Evangelho escrito por Marcos. É nele que está a solene ordem dada por nosso Mestre: “Ide por todo o mundo, pregai o Evangelho a toda a criatura” (16.15). É uma ordem muito forte, não é?
   Meu trabalho como líder e pastor contempla a igreja sede, a base de tudo o que faço, e mais suas congregações, que são nosso trabalho missionário regional, e ainda a presidência do trabalho transcultural. Confesso que, às vezes, fico meio atordoado em meio a tantas responsabilidades e tantos afazeres.
   Um dia eu dizia à igreja em S. Domingos de Goiás, que não entendia bem as razões de estar envolvido com a obra de Deus ali, 500 quilômetros distante de Brasília. No dia em que fui com um grupo de obreiros para dar início aos nossos trabalhos naquele local, tive que atravessar um rio com a minha velha caravan, num lugar em que só passavam ônibus ou caminhões. Ou fazíamos isso ou perdíamos a viagem já feita, de mais de 450 quilômetros. Realizada a primeira façanha, voltei para a beira do rio e, a pedido do dono, atravessei o chevetinho do pastor José Antônio (obreiro de valor!) pelo mesmo percurso, só que com as águas chegando à altura dos vidros do carro. Sim, a viagem de ida foi muito arriscada. E a de volta foi pior. Começamos nosso retorno no outro dia, já no final da tarde. Quando anoiteceu, o meu carro quase caiu dentro de uma enorme vala, cavada para abrigar uma galeria de águas, bem no meio da estrada. Por milagre, os freios da caravan a seguraram antes de mergulhar na “cratera”. Havia cinco pastores dentro daquele carro e igual número no outro que também não caiu no buraco porque o meu estava lá para impedi-lo. A pancada foi feia, mas, graças a Deus, ninguém se machucou.
   Eu contei essa história à igreja e acrescentei: “Não sei por que Deus quereria que fizéssemos tamanho sacrifício e corrêssemos tantos riscos, quando já havia igrejas evangélicas instaladas aqui em S. Domingos”. Ao final do culto, uma irmã me abordou e disse: “Pastor, eu sei por que Deus trouxe o senhor com os outros obreiros para esta cidade: foi por causa de mim. Eu já moro aqui há muitos anos e nunca procurei as igrejas evangélicas que já havia aqui. Foi através da igreja que os senhores fundaram nesta cidade que eu e toda a minha casa encontramos Jesus Cristo e a salvação. Meu esposo hoje é um pastor e minhas duas filhas atuamos em setores de liderança da congregação”. Foi assim que, mais uma vez, vi que a ordem do Senhor Jesus deve ser obedecida sem restrição. Preguemos o Evangelho em todo o lugar e a toda a criatura.