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SÉRIE DE ESTUDOS “Contextualizando a Bíblia à Minha Vida”
Estudo Nº 56 – CARTAS DE UM BISPO PREOCUPADO COM A SAÚDE DAS IGREJAS
Texto: 2ª e 3ª Epístolas do Apóstolo João
Texto introdutório: II Jo 8-11; III Jo 9-11

I – O CONTEXTO BÍBLICO

1 – Nem na primeira nem na segunda epístola de João aparece o nome do autor. Mas pelo estilo, vocabulário e temas abordados, crê-se que “O Apóstolo do Amor” foi o escritor delas.
2 – Ambas as epístolas foram escritas no final do primeiro século da nossa Era, quando as heresias já começavam a infestar a comunidade cristã. A Primeira Epístola traz advertências contra erros doutrinários (verso 7) . A Segunda, contra um mau obreiro (versos 9 e 10).
3 – Em Grego, o destinatário da Segunda Epístola foi “Eklekte Kyrria” que, em Português, é traduzido por “Senhora Eleita”. O mais provável é que o escritor esteja se referindo a uma igreja cristã local. Os “filhos” dela (verso 4) e os de sua irmã (verso 13), seriam os membros das igrejas. Essa interpretação é reforçada pelo fato de, na Segunda Epístola, o Apóstolo fazer referência a “meus filhos” (verso 4), seus filhos espirituais, certamente.

II – CONTEXTUALIZANDO OS GRANDES TEMAS DE II E III JOÃO

1 – Na Primeira Epístola, João menciona “enganadores” que “não confessam que Jesus veio em carne” (verso 7). Aparentemente é uma questão secundária e mais filosófica do que espiritual. No entanto, o Apóstolo trata a questão com muita severidade (verso 10).
2 – No verso 11 está o verdadeiro foco da questão: doutrinas erradas levam a comportamentos errados (“más obras”). Um cristianismo de um Cristo desencarnado leva à existência de cristãos que não “encarnam” os ensinamentos de Cristo ou seja, à existência de cristãos nominais, um problema nada pequeno (Mt 5.13, 21-23). Temos que lutar, com todas as nossas forças, contra isso, sobretudo, lutando para que nós mesmos não venhamos a ser cristãos “da boca pra fora”.
3 – Na Segunda Epístola, verso 2, temos o Evangelho completo: aquele que ver o ser humano com necessidades espirituais, mas também com necessidades físicas. É esse o Evangelho que devemos viver e proclamar.
4 – Diótrefes, o mau obreiro da Segunda Epístola, é protótipo daqueles que não aceitam a liderança de ninguém. Por causa deles é que tem havido uma exagerada proliferação de denominações evangélicas hoje em dia. Descentralização é uma coisa boa, mas sem exageros. Outro mal contemporâneo que tem a ver com a vaidade humana: a proliferação de títulos honoríficos entre os evangélicos, com uma consequente banalização destes. Ultimamente, no Brasil, há quem esteja ungindo “apóstolos”. Quem julga ter autoridade para fazer tal coisa, imagina ser o quê?
5 – Apesar de estarem acontecendo tantas coisas ruins em seu tempo, João foi capaz de perceber o que havia de positivo. Ele valorizou os bons filhos da “Senhora Eleita” (II Jo 4) e soube apreciar o valor de um Gaio (III Jo 1), de um Demétrio (III Jo 12) e de outros (III Jo 7). Tenhamos a mesma atitude do Apóstolo.

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