I – O CONTEXTO BÍBLICO
1 – Na última parte do século VII a.C., Judá teve quatro profetas: Jeremias, o humanista; Sofonias, o orador; Naum, o poeta; e Habacuque, o filósofo. O maior deles, e o que exerceu a atividade profética por mais tempo, foi Jeremias. (Dicionário Bíblico Wycliffe, CPAD, pg. 1020).
2 – Uma provável interpretação do nome “Jeremias” é “Aquele a quem o Senhor arremessa”. Como um verdadeiro míssil, Jeremias foi arremessado contra a corrupção espiritual e moral que acometeu o povo de Judá nos séculos VII e VI a.C.
3 – O livro de Jeremias, tal como temos hoje, é a junção dos vários rolos que continham as mensagens de Jeremias, agora organizados de maneira temática e não cronológica. O livro é também permeado de trechos biográficos, registrados por Baruque, fiel “secretário” do profeta. Nesses registros, temos a oportunidade de perceber o caráter e o temperamento do grande profeta.
4 – Jeremias era muito honesto e transparente. Entre os capítulos 1 e 20, encontramos fragmentos que compõem o cotidiano de sua vida interior, os quais são freqüentemente chamados de “as confissões de Jeremias” (Jr 1; 4.10, 19; 6.11; 11.10-23; 12.1-3, 5, 6; 14.17; 15.10-21; 17.9, 10; 18.18-23; 20.7-18). (Dicionário Bíblico Wycliffe, CPAD, pg. 1022).
5 – As “confissões de Jeremias”, entre outras coisas, servem para reforçar o fato de que os heróis da Bíblia eram, realmente, homens de carne e osso, “sujeitos às mesmas paixões que nós” (Tg 5.17).
6 – A precisão com que Jeremias previu o fim do cativeiro babilônico (29.10), orientou o ministério do profeta Daniel (Dn 9.2). Este livro é citado várias vezes no Novo Testamento (ex. Mt 2.17, 18) servindo de base, inclusive, para a estruturação de
nossas doutrinas (ex: Hb 8.8-13).
9 – Provavelmente, Jeremias morreu apedrejado no Egito, ainda combatendo contra a idolatria dos judeus dispersos (Jr cap. 44). Historiadores dizem que havia um mito de que Jeremias haveria de ressuscitar e restaurar o Tabernáculo, a Arca da Aliança e
O Altar do Incenso. Possivelmente, por causa disso, e não apenas por causa de seu temperamento sensível, houve quem pensasse que Jesus era Jeremias (Mt 16.13, 14).
II – CONTEXTUALIZANDO JEREMIAS
1 – A mensagem central de Jeremias é a de que Israel é o povo do único Deus verdadeiro. Esse Deus deseja manter um relacionamento contínuo e profundo com seu povo. Sendo fiel e santo, Deus exige de seu povo fidelidade e que tome o caráter d’Ele como padrão para si próprio. Como Israel insiste em andar em uma “rota” diferente, o Senhor será obrigado a disciplinar seu povo, permitindo que vá para o cativeiro.
Lição para nós: o nosso Deus é o Deus de Israel e os seus propósitos para conosco são os mesmos e num nível ainda mais perfeito – I Coríntios 1.30, 31.
2 – Nossos textos preferidos de Jeremias:
2.1 A superioridade de Deus sobre os ídolos : 10.1-13; 51.15-19;
2.2 O amor de Deus: 31.3;
2.3 A esperança em tempos de grande crise: 33.3;
2.4 A vinda do Messias, o Salvador: 23.5, 6; 33.15-17;
2.5 A preciosidade da Palavra de Deus: 15.16; 23.28, 29;
2.6 Confiar no homem versus confiar em Deus: 17.5-8;
2.7 A força de uma vocação: 20.9;
2.8 A mensagem aos peregrinos: 29.7, 11;
2.9 O Novo Concerto: 31.33, 34.