I. Panorama geral
1. O autor tem opiniões nada lisonjeiras para com Israel (Ex pg. 62, linha 15) e o ódio para com os EUA é total.
2. Os países que foram ou que são comunistas, ao contrário, são apresentados como o melhor exemplo de respeito aos direitos humanos, promotores da liberdade, justiça e progresso (pg. 19, linhas 12 a 18; pg. 21, linha 18; pg. 94, último parágrafo; pg. 105, linhas 14-18;etc).
3. Se adotarmos as opiniões do autor, entramos no desespero total. Por um lado, os cristãos e os judeus, os “senhores da Terra” são os piores bandidos que já existiram. Por outro lado, o comunismo, a grande esperança do mundo, fracassou (isso ele não diz no livro, claro). Quem nos libertará, os muçulmanos, os hindus, quem? E o pior é que teremos de explodir os malditos americanos e acabar com os judeus! Mas como?
4. Felizmente o próprio autor (Noam Chomsky) nos aconselha: “não confie apenas na história convencional dos livros e textos de ciência política” (pg. 129). Como suponho, o livro dele pretende ser um “texto de ciência política”, a regra se aplica a ele também. Logo, estamos autorizados a desconfiar dele próprio. Ufa!
II. O ódio aos Estados Unidos da América do Norte
Para Chomsky os EUA são a personificação do mal. “nenhum grau de crueldade é suficientemente grande para os sádicos de Washington”, escreve ele na página 75, após fazer uma acusação totalmente absurda e sem provas.
Um país que chegou aonde chegou somente através do uso da força e da truculência (pg. 95, linha 10 em diante).
Paradoxalmente, esse país que tirou e tira tudo o que os outros têm de valor, “ficou sobrecarregado com enormes dívidas: governamentais, empresariais, manutenção interna e a incalculável dívida social, cujas necessidades levam a sociedade a se aproximar do padrão do Terceiro Mundo, com ilhas de grande riqueza e privilégio num mar de miséria e sofrimento” (pg. 98).
Interessante que na página 8 ele declara: “mesmo antes da guerra, os Estados Unidos já eram longe o principal país industrial do mundo – como o eram desde a virada do século”. Aqui cabem duas observações. A primeira é que o país tem potencial para ser muito rico sem precisar roubar ninguém. A segunda é que houve algo, no passado, que colocou os EUA na frente de todos os outros países. Eu, particularmente, creio que foi o evangelho e, como um desdobramento disso, o apoio ao povo de Israel.
Eu sei que há muito pecado nos EUA, muitos governantes daquele país agiram e agem de maneira contrária aos princípios bíblicos, mas, apesar de tudo isso, é o país que mais se identifica com o cristianismo. O lado ruim é muito grande, mas o bom é maior ainda e o saldo é positivo.
Quando os judeus foram perseguidos na Europa, ficando sem ter pra onde ir, os norte americanos não deram a eles todo o apoio que precisavam, mas foram quem mais ajudou. Hoje, a maior parte do dinheiro do mundo está nas mãos dos judeus só que os judeus mais ricos estão lá. O problema, para os invejosos é, que Deus é fiel. A promessa feita a Abraão está de pé para seus descendentes e para os que os abençoarem (Gn 12.1-3).
Hoje em dia, pessoas do mundo inteiro, brasileiros, russos, cubanos, nicaraguenses, vietnamitas, etc, querem viver naquele “mar de miséria e sofrimento” chamado Estados Unidos da América do Norte. Enquanto que nos países comunistas constroem-se muros e cercas para o povo não sair, as fronteiras dos EUA são vigiadas para que o mundo inteiro não entre lá ilegalmente. Nome Chomsky deve ser cego e surdo para não ver o país ao qual chama de seu.
III. DEFESA DO COMUNISMO: Ingenuidade ou muita fé?
Noam Chomsky tem o descaramento de acusar os Estados Unidos de serem os responsáveis pelo fracasso do comunismo. A Romênia, pobrezinha, não prosperou pela simples razão de que era o país “em que os soviéticos, tinham menor e os americanos maior influência” (pg. 90).
A história se encarregou de expor completamente os equívocos do Sr. Chomsky. Para seu desespero, o que Cuba (aquele paraíso) mais quer, hoje em dia, é que os norte-americanos suspendam o bloqueio econômico que lhes impuseram e comprem seus produtos. Rússia, Ucrânia, China e até o Vietnam entraram na onda do capitalismo. Ironicamente, o que está dando sobrevida à ditadura de Fidel Castro são dólares que os refugiados cubanos nos EUA enviam para seus parentes.
IV. A guerra não tão fria
Os norte-americanos invadiram países, depuseram governantes, ajudaram a prender, torturar e matar. Tudo isso é muito lamentável. Por outro lado, não podemos ignorar que nos anos 60 e 70 o mundo viveu uma verdadeira guerra.
O comunismo não se instalou em nenhum país sem muito derramamento, de sangue. Muitos dos que fugiram desses países, que foram testemunhas oculares do que lá ocorreu que foram presos e espoliados de seus bens, em geral somente por causa de sua fé, estão entre nós. Não eram guerrilheiros, agitadores ou estrategistas militares, eram simplesmente cristãos.
Por outro lado, é público e notório que o comunismo teve a intenção de dominar o mundo inteiro, com especial predileção pela América Latina. O próprio livro dá algumas pistas (ex pg. 60, 11º linha diante, pg. 61, último parágrafo, etc). Che Guevara não estava nas selvas bolivianas para fazer pic-nic.
Em suma, houve muito derramamento de sangue, muito sofrimento, mas se o comunismo tivesse triunfado por aqui, a coisa teria sido muito pior. E para quê? Basta ver o que restou da URSS.