Brasília, 12 de abril de 1992.
No capítulo 12 de atos encontramos uma das mais impressionantes ilustrações do poder que tem a oração feita por uma igreja reunida. Ali todos os crentes estavam reunidos num mesmo lugar para a oração, como a igreja não possuía templos naquela época reuniram-se numa residência. A casa devia estar repleta. Fisicamente devia ser incômodo, gente na sala, cozinha, por toda parte. Gente sentada, em pé, espremida por todo canto. Por que não orava cada um na sua casa? A solidariedade os unia até fisicamente, era importante sintonizar as orações individuais. Para isso precisamos estar juntos.
Cada um tinha seus problemas particulares, mas naquela hora, problemas particulares foram esquecidos. Havia uma causa maior que estava acima de todos eles. Se a causa maior fosse perdida, de que adiantaria vencer nas menores?
Os crentes reunidos na casa da irmã Maria oravam por um só irmão: Pedro. Parecia inútil orar pela revogação de um decreto de Herodes, detentos de um poder absoluto. Aliás, poucos dias antes o mesmo Herodes mandara matar o irmão Tiago e ninguém impediu o cumprimento de tal determinação. Adiantaria orar em favor de Pedro?
Pois é, será que em nossos dias, em nosso país, não pairam sobre nós as ameaças de novos Herodes? Será que se a igreja perder determinados valores, humanos ou não, ao terá seriamente comprometido o cumprimento de sua missão? Valerá à pena orar, orar seriamente, orar solidariamente, orar sacrificialmente? O final do capítulo 12 de Atos tem a resposta.