Brasília, 08 de setembro de 1991.
Dois mal entendidos são comuns quando se fala em investir em missões transculturais. O primeiro é crer que missões transculturais impedem a evangelização local (se temos tanta gente pra evangelizar aqui perto, não podemos nem devemos nos preocupar com quem está longe). Outro mal entendido este agora mais em moda, é expresso por um pensamento mais ou menos assim: “já que não temos condição de fazer um trabalho missionário de boa qualidade (coitadinho de nós) basta que falemos em missões e liberemos para ir ao campo aqueles irmãos que quiserem ir, sem assumir nenhum compromisso com eles”.
Deus tem cobrado das igrejas e dos países que têm sido infiéis com respeito à Obra missionária. É fácil conferir isso na história da Igreja e das nações. Dar lugar aos dois mal entendidos mencionados acima é ser infiel a Deus.
Missões transculturais não são concorrentes nem incompatíveis com a evangelização local. Pelo contrário, cooperam, completam e são completados por ela. Um exemplo disso é esta própria igreja aqui na L2. Nunca investimos tanto em missões como nos últimos anos e mesmo assim, nunca nos expandimos tanto a nível local e regional. E verdade que estamos deixando a desejar, em termos de crescimento local. Mas não por conta da obra missionária. Ao contrário, a responsabilidade pela evangelização mundial nos está despertando para o crescimento local que, com a bênção do Senhor da Seara e cooperação de todos nós, ocorrerá.
Todas as Igrejas locais podem participar da obra de evangelização mundial. Umas em maior e outras em menor grau. Umas em maior e outras em menor extensão. Mas é preciso fazer bem feito. Entre outros aspectos, um trabalho missionário é bem feito quando é resultado do esforço de toda a Igreja local e não apenas de alguns irmãos. Cooperemos todos para que o trabalho missionário desta Igreja seja bem feito.